domingo, 7 de fevereiro de 2016

Ego

"Quanto maior o conhecimento, menor o ego,
quanto maior o ego, menor o conhecimento" - Albert Eistein
À muito eu perdi as contas de quantas vezes me encontrei em debates, discussões e até mesmo conversas em que me perdi em meu ego. Naquelas horas, não me importava com a verdade, com o plausível, mas sim em "ganhar" a discussão.

Sem dúvida isso era consequência da minha ignorância incentivada pelo ego e este mesmo ego mantém muitas pessoas distantes da lógica, do racional.

Vamos lembrar de 2013? Houve a manifestação pelo aumento da tarifa do transporte público que, conforme uma breve passagem de tempo, evoluiu para uma manifestação de "revolta" contra o que e "estava errado" no nosso país.

Ao mesmo tempo, pude perceber o aumento da consciência política do povo, pois não mais estávamos na inércia, estamos mais ativos. E então entra o ego, pois nas discussões acaloradas nas redes sociais, nota-se que esse povo que despertou um interesse maior sobre política, em vez de estudar, sopesar os estudos e tentar entender o panorama, deixam seus egos inflarem de modo à tratar política do mesmo modo que se trata futebol neste país.

Assim, em vez de criticarem ações, criticam "times", "cores","legendas". As discussões se inflamam como se fossem discussões sobre um clássico Corinthians e Palmeiras ou FlaFlu, e a racionalidade e estudo acabam ficando  em segundo plano, ou até pior, condenados como "academicista" (aplicado como forma pejorativa, da mesma forma que o "nerd" de antigamente).

Essas discussões repletas de ego e vazias do racional, do verossímil, do plausível deixam de lado o jogo de poder, justamente o que os "colarinhos brancos" e "políticos profissionais" almejam.

Em outras palavras, enquanto o ego manda discutir qual partido é o "mais mau", essas verdadeiras "corporações" políticas vendem leis, votos, obras e até nós mesmos, para quem paga mais.

Sem dúvida que em 2013 demos sim um passo à frente, mas esse avanço da consciência política parou na "futebolização" política, no status onde a o ego reina e nos deixa a deriva no mar da duvida ao definir o discurso do interlocutor como ignorante apaixonado ou estelionatário intelectual.

E qual seria meu "pitaco" nisto? Temos que estudar, temos que entender como se "joga o jogo", temos que ter consciência do que somos e o que podemos fazer sem querer dar passos maiores que nossas pernas. Temos que ler mais, observar mais e falar menos do que falamos hoje. Temos que frear nossas paixões e observar mais, temos que ter mais medo de errar.

Por fim - "e seu ego?" - você pode perguntar, bem passei por alguns momentos ruins. Ruins o suficiente para questionar a validade dos meus atos e me permitir chegar à fonte desses problemas. O ego cega e não nos enebria, e nisto perdemos coisas importantes, momentos, prazeres, amigos e podemos deixar até nossa sociedade, nossa casa, à míngua.

O ego pode ter sua importância, mas não à ponto de se abandonar a racionalidade.






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